Oliveira do Hospital

Queijo Serra da Estrela e requeijão

Queijo Serra da Estrela, uma história com séculos de experiência, trabalho e afeto... Exaltado por escritores como Gil Vicente, Brás Garcia de Mascarenhas, Oliveira Martins, Eça, Ferreira de Castro, Torga ou Aquilino. Por geógrafos como Duarte Nuno de Leão, Emidio Navarro, Amorim Girão, Orlando Ribeiro, Adelino de Abreu, e por etnógrafos como José Leite de Vasconcelos, Jorge Dias, Alberto Trindade Martinho... e até por autores estrangeiros, desde os da mais remota antiguidade, caso de Columela ou Luculus Modestus, o Queijo Serra da Estrela tem as mãos e o coração das queijeiras e dos pastores destas terras da Beira.

O queijo Serra da Estrela é obtido a partir de leite cru de ovelha, da raça Bordaleira da Serra da Estrela ou Churra Mondegueira. Trata-se de um queijo curado, que pode apresentar pasta semi-mole amanteigada e cor branca amarelada (Queijo Serra da Estrela) ou, pasta semi-dura a extra-dura de cor laranja acastanhada (Queijo Serra da Estrela Velho). O Queijo Serra da Estrela é o mais antigo de todos os queijos portugueses, sendo reconhecido internacionalmente pelas suas características organoléticas. Ao que se sabe a sua manufatura em Portugal remonta ao século III a.C e teriam sido os romanos que iniciaram a sua produção. Em Oliveira do Hospital a pastorícia e o fabrico do queijo com leite de ovelha e com flor do cardo, o denominado queijo Serra da Estrela, são atividades cuja história se perde na memória do tempo e apesar de continuar a ser produzido de forma artesanal evoluiu para um produto com cada vez maior qualidade, com denominação de origem produzida, DOP.

Requeijão de ovelha c/ mel da região ou c/ doce de abóbora

O requeijão é um subproduto do queijo Serra da Estrela, muito presente nas mesas oliveirenses. Acompanhado de um café “das borras”, pode ser um pequeno-almoço ou um lanche, na confeção de doçaria e de bolos secos acrescenta-lhes suavidade e um paladar subtil, depois da refeição servido com mel proveniente da flora autóctone ou com doce de abóbora, transforma-se numa maravilhosa e etérea iguaria de textura delicada. Durante séculos foi consumido apenas no local onde era produzido, devido à delicadeza da sua conservação. Era apresentado numa folha de couve e deveria ser consumido antes da folha murchar. As suas qualidades organoléticas devem-se à raça de ovelhas autóctone, à flora, ao ambiente e à técnica de fabrico.